Como calcular a carência mínima exigida pelo INSS: auxílio-maternidade MEI

Entender como funciona a carência para receber o auxílio-maternidade sendo MEI é essencial para evitar surpresas desagradáveis na hora de solicitar o benefício.

Muitas seguradas descobrem tarde demais que ainda não possuem o número mínimo de contribuições exigidas pelo INSS, o que leva ao indeferimento do pedido. Este guia explica de forma simples, prática e completa como calcular a carência corretamente, quais pagamentos contam, como regularizar contribuições atrasadas e como planejar o benefício sem complicações.

1. O que é carência no INSS e por que ela importa para o MEI

Carência é o número mínimo de contribuições mensais que o segurado precisa ter para ter direito a um benefício. No caso do auxílio-maternidade, essa regra impede que pessoas contribuam por pouco tempo apenas para receber o benefício sem participação efetiva no sistema.

Para o MEI, a carência funciona da seguinte forma:

  • São necessárias 10 contribuições mensais antes do parto, adoção ou guarda judicial.
  • O pagamento deve ter sido feito corretamente, no prazo e com a guia mensal ativa.
  • Contribuições atrasadas podem entrar no cálculo, desde que respeitem as regras do INSS.

Sem cumprir a carência mínima, o benefício é automaticamente negado.

2. Qual contribuição do MEI conta para a carência do auxílio-maternidade

O MEI contribui mensalmente por meio do DAS, que inclui:

  • Imposto municipal
  • Imposto estadual
  • Contribuição previdenciária de 5% do salário mínimo

É essa parte de 5% que conta como contribuição previdenciária.

Para que cada mês seja válido como carência, o DAS deve estar:

  • Pago
  • Vencido
  • Quitado dentro do prazo ou com regras que permitam validade mesmo em atraso

Cada DAS pago corresponde a 1 mês de contribuição.

3. Carência mínima: como calcular passo a passo

Calcular a carência é simples quando você sabe exatamente o que procurar.

Passo 1: Verificar o histórico de pagamentos

Acesse o aplicativo ou site do Meu INSS e consulte:

  • Extrato de contribuições
  • Extrato de pagamentos do MEI
  • Extrato CNIS

No CNIS, você verá todos os meses registrados como contribuição.

Passo 2: Identificar meses efetivamente pagos

Cada mês em que o DAS foi quitado aparece registrado. Considere:

  • Meses com pagamento em atraso podem valer ou não, conforme cada caso
  • Meses sem registro no CNIS não entram na carência

É importante conferir se algum pagamento não foi “baixado” pelo INSS.

Passo 3: Contar 10 meses anteriores ao evento

Dependendo da situação:

  • Parto: a contagem vai até o mês anterior ao nascimento
  • Adoção ou guarda judicial: a contagem vai até o mês anterior à decisão
  • Natimorto: segue as mesmas regras do parto

Você deve ter pelo menos 10 meses pagos antes da data do evento.

Exemplo real:

Se o parto ocorreu em agosto de 2024, você deve ter:

Contribuições válidas de outubro de 2023 a julho de 2024, totalizando 10 meses.

Se tiver apenas 9 meses válidos, o benefício será negado.

4. Contribuições atrasadas entram na carência do MEI?

Depende.

Caso 1: Contribuições atrasadas dentro do ano corrente

Se você atrasou o DAS, mas o ano-calendário ainda não acabou, pode pagar e contar normalmente.

Caso 2: Contribuições atrasadas de anos anteriores

Se o DAS está atrasado e pertence a anos anteriores, o INSS exige:

  • Comprovação de atividade
  • Pagamento com juros e multa
  • Avaliação caso a caso para validar a carência

Ou seja, pagar atrasado nem sempre garante que o mês contará para o auxílio-maternidade.

Caso 3: Pagamento retroativo antes da primeira contribuição

Não conta.
O INSS não aceita retroativo anterior ao primeiro pagamento efetivo registrado no CNIS.

5. Como saber se o MEI atingiu a carência mínima

A forma mais segura de confirmar é:

  1. Acessar o Meu INSS
  2. Selecionar Extrato de Contribuição (CNIS)
  3. Verificar mês a mês se todas as contribuições aparecem como “Contribuição MEI”

Além disso, verifique:

  • Se algum mês aparece como vazio
  • Se há meses com status “Pendente”
  • Se existem contribuições rejeitadas
  • Se o período possui lacunas longas

Se houver qualquer inconsistência, regularize antes de solicitar o benefício.

6. Lacunas na carência: como corrigir e evitar indeferimentos

Se ao fazer a conta você perceber que não atingiu 10 meses, existem duas soluções:

1. Regularizar contribuições faltantes

  • Pague DAS em atraso
  • Gere guias corrigidas
  • Solicite inclusão manual no INSS se necessário

Atenção: meses muito antigos podem não ser aceitos.

2. Completar os meses faltantes antes do parto

Se você ainda está grávida:

  • Continue pagando DAS regularmente
  • Garanta que todos os meses sejam validados no CNIS
  • Complete os 10 meses antes da data prevista do parto

Muitas seguradas planejam a gestação junto ao tempo de contribuição para não perder o benefício.

7. Situações especiais que influenciam a carência do MEI

Algumas situações alteram o cálculo:

Pagamento como contribuinte individual antes de virar MEI

Conta normalmente.

Período de recebimento de auxílio-doença

Conta como carência para auxílio-maternidade.

MEI com registro errado no CNIS

Pode exigir correção via:

  • Atualização do CNIS
  • Prova documental
  • Atendimento presencial

8. Checklist final para saber se você tem carência suficiente

Antes de solicitar o auxílio-maternidade, confirme:

  • Tenho 10 contribuições válidas no CNIS?
  • Todos os DAS foram pagos corretamente?
  • Há lacunas ou meses sem registro?
  • Tenho contribuições atrasadas? Elas são válidas?
  • Faltam meses para completar a carência?

Se a resposta for sim para os itens principais, você já pode solicitar o benefício.

Conclusão

Calcular a carência do auxílio-maternidade MEI exige atenção aos detalhes, mas quando você sabe como contar corretamente, evita erros, indeferimentos e atrasos no recebimento. Com o histórico de contribuições organizado e o CNIS atualizado, o processo é simples e seguro.

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